sábado, 28 de novembro de 2009

I Domingo do Advento 2009

Hoje deparamo-nos com situações de frustração, porque somos interpelados pelas injustiças que nos rodeiam... mas mesmo assim acredito que Deus é justo. Podem dizer-me que se Deus fosse justo que não levaria os entes queridos, nem que haveria fome no mundo, nem haveria pobres... Mas esquecemo-nos de pensar... pensar que se Deus não levasse os nossos entes queridos que eles não iriam para junto do Pai e mais que isto não podemos nunca questionar a justiça do Senhor, pois ele é recto e justo.
Construir uma sociedade mais justa hoje parece missão impossível! ...mas Marter Luther King um dia disse “ Eu tenho um sonho...” e tenho quase a certeza que ela achava impossível de o realizar, mas soube enfrentar os problemas e dificuldades. Olhar para este exemplo não nos faz mal nenhum... e mais digo, se nós não tentarmos realizar e tornar real o que Cristo prometeu como podemos nós querer obra feita? Temos de uma vez por todas tomar consciência que nos somos as mão, os braços e as pernas de Cristo... somos nós que temos de fazer obra... “Eu sou a videira e vós os ramos...” será que alguém não entende isto? Sei que todos somos bairradinos e como tal sabemos das lidas da vinha... e o fruto vem dos ramos da videira e não do seu tronco... porque é que continuamos a espera que o ramo meta mãos à obra?
Sei, e quero sempre acreditar que estou certo, que nenhum de nós está instalado na mediocridade... mas mesmo assim sei que nem todos os dias estamos contentes com o que conseguimos por acharmos ser muito pouco... mas será que ninguém olha para as simples galinhas que grão a grão enchem o seu papo? Porque queremos nós querer tudo de uma vez? E pior que isto é teimarmos em dizer que somos perfeitos ou pelo contrario que temos muitos defeitos, mas nada fazemos para corrigir a nossa atitude... deixamo-nos desmotivar e acabamos com projectos que teriam “pernas para andar” mas não temos coragem para superar os defeitos do inicio...
Amor... claro logo se pensam em rapazes e raparigas apaixonados e a fazer coisas indevidas na via publica... e quando pergunto pelo amor de Deus... ai é que se dá o problema... Porque temos um Deus que nos ama... que quer amor... mas nós continuamos agarrados ao ódio, as zangas e as divisões que tornam uma Igreja pouco credível e depois ainda temos a estupidez de vir para a rua criticar os que la andam dentro, mas esquecemo-nos que nós também lá estamos...
Ainda para cumulo somos escravos do tempo... dizemos que não temos tempo para nada... mas o que é certo é que quem tem já muito que fazer é que acaba por aceitar mais que fazer... teremos nós a liberdade de escravizar os outros? Hoje não nos libertamos de muitas coisas, eis o motivo principal porque não sou fumador, porque perderia a liberdade... mas continuamos escravos de uma moda, escravos de eras como a era da sms ou a do “ya” e “bue”, somos criticados por andar vestidos de camisa e sapatos... e o que fazemos para nos libertar destas criticas tão destrutivas? Havemos de ter de seguir a moda que outros inventam e nos impõem?
Jovens! Não duvideis que Cristo está Vivo... acordei... são horas! Duvidam dele? Experimentem dizer-lhe “Bom dia” e “Boa noite”... ele agradece... não duvidem... Neste tempo que hoje começa... o Advento... passemos a dizer “Bom dia” e Boa Noite” ao Jesus Menino.
O Coordenador do sub-grupo de Avelãs de Caminho,
Micael Renato Vidal Silva

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Outubro Missionário:desafio e (pro)vocação[parte II]

A Sara Catarina partilhou este mês com crianças com necessidades especiais, visitou o Colégio da Madre Teresa em Coimbra, esteve em vigílias de oração e encontros sentindo que “tudo aconteceu naturalmente, sem grandes planos e com muita liberdade”. Já o Micael foi bem diferente: “vivi o Outubro Missionário a 200%!”. Sentiu a necessidade de dar o que tinha e o que não tinha, de motivar os jovens da paróquia de Avelãs de Caminho para o trabalho missionário… diz ele que “foi uma adrenalina projectar, programar e realizar este Outubro Missionario 2009.” Procurou apoio em vários locais e conseguiu-o através do sub-grupo de Avelãs de Caminho tornando possível a realização de encontros semanais e uma vigília de oração dedicados às missões.
Todos sentimos que poderíamos ter feito muito mais mas que, por vários motivos não fizemos. O Micael sente que “talvez podia ter feito mais caminho pessoal” enquanto que a Rita Cardão diz ter tido a ideia no inicio de Outubro de apoiar mais a paroquia na dinamização do Outubro Missionário mas que não concretizou assim como “por vezes, fazia pequenos propósitos para um determinado dia, como rezar àquela hora ou ler determinado texto”, e acabou por não os realizar. Para a Teresa teria sido importante sensibilizar a comunidade para o mês das missões e ter participado em novas experiências missionárias.
Foi um mês intenso para todos nós, de descoberta pessoal, de busca incessante da vontade de Deus e de peregrinação pela estrada que Jesus Cristo nos convida a trilhar.
Vários apelos são deixados: a Sara Catarina gostava que deixasse de existir apenas um mês de Outubro no ano e passasse a existir “um ano de Outubros”. Já o Micael desafia os jovens a experimentarem viver este mês mas, essa experiencia tem de ser com uma total entrega e empenho. Este apelo é reforçado pelo da Rita Cardão “Não tenhas medo de ir descobrindo a bela notícia de Deus em ti. Envolve-te, descobre e partilha!”.

...pelo Grupo Missionário Cluny
Filipa Torres
10 de Novembro 2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Outubro Missionário:desafio e (pro)vocação[parte I]

10 de Novembro 09
Todos os momentos importantes da nossa vida merecem ser vividos de forma plena e ser reflectidos e analisados quando terminam. A vivencia do mês Missionário não é, nem foi excepção…! Talvez para muitos tenha sido apenas mais um mês de trabalho, de mudanças climáticas, de rotinas e obrigações… para nós, Grupo Missionário Cluny, foi um mês muito especial, de muito trabalho e dedicação, de muito (re)encontro e proximidade com Aquele que nos inquieta e nos convida a ser sempre mais!
Somos um grupo, mas cada um é chamado de forma única, assim o entendimento e vivencias, mesmo que muitas delas partilhadas, são sempre distintas cruzando-se num ponto central: Jesus Cristo, o único que nos move e nos dá alento.
O mês de Outubro teve significados diferentes para todos nós, uns mais profundos do que outros, mas sempre como momento oportuno para (re)pensar nesta condição de baptizados e filhos de Deus. Para a Teresa foi um recordar da missão a que foi chamada: anunciar Deus quer seja na escola, em casa ou na rua... E o quanto essa missão é simples e profundamente importante. Já o Micael realça a importância da nossa Igreja como grande missionária e luz para a missão de cada um e Maria como estrela para nos guiar. Também centrando-se na Igreja, a Sara Catarina define este mês missionário como uma grande oportunidade para a dar a conhecer e alargar os seus horizontes. A Filipa sente que não há melhor momento para dar graças ao Senhor por tão linda vocação e por tanta confiança que Ele deposita em nós.
As vivências de cada um, mesmo que não tenham sido em grupo, foram partilhadas de forma a serem força e alento para os que andavam mais desanimados, menos motivados, mais dispersos… A Rita Cardão viveu o mês de uma forma especial sentindo que “foi o renascer de uma vontade de ir mais fundo na relação com Deus. Busquei, como terra de missão o meu coração, para que pela transformação de Deus, eu possa ser instrumento da Sua Missão. Isto traduziu-se em momentos de oração pessoal com Deus, participação em Eucaristias durante a semana e a leitura de testemunhos e livros de reflexão.” Realizou um jantar solidário no Porto como forma de comemorar o seu aniversário, com a finalidade de angariar dinheiro para a missão de Lifidzi; participou, com a Sara Pato e com a Filipa Torres, no Dia do Voluntariado Missionário que decorreu em Gaia, dia esse que, para ela foi importante para “sentir que não estamos sós, e que o caminho que vamos fazendo interiormente, traduz-se em vida e acções… Um dia em que respirei o apelo de Deus à minha missão no Mundo!”. Participou também, no dia 29 de Outubro, com a Filipa Torres, num encontro com os alunos do 12º ano do Colégio de Nossa Senhora da Assunção (Anadia) onde teve a oportunidade de dar o seu testemunho pessoal de busca de Deus: “foi um dia de partilha e apoio, e também de recordação do caminho que vou fazendo“. Para a Filipa Torres foi também um dia em que, da sua voz, saiu o apelo de um Jesus que deu a vida por ela e por todos, um apelo à oração, à conversão e à consciencialização da nossa necessidade de aprender a viver com e para os outros.
Para além do encontro com os alunos do 12º ano, a Filipa Torres teve também outros encontros: com todas as turmas do 2º, 3º e 4º anos do mesmo colégio, com as crianças e adolescentes do ATL e infantário/pré-escola do Centro de Solidariedade da Imaculada Conceição (Braga) onde lançou um projecto já há muito sonhado: criação de grupos de Infância Missionaria. “Foram dias repletos de alegria por estar a anunciar a Boa Noticia áqueles que me são tão próximos, colocando-me diante de Jesus e deixando que faça de mim Seu instrumento”. A leitura, a reflexão e a oração também fizeram parte da vivencia do mês de Outubro com a oração do rosário em comunidade e a eucaristia todos os dias em duas paroquias do Porto “o terço é uma oração que não me é simples de rezar então, procurei vivela de forma intensa durante este mês também dedicado à Mãe, entregando-lhe assim as dificuldades que sinto quando o faço”. Sentindo-se sempre com poucos conhecimentos e procurando aprofundar a sua relação com Deus, participou também em acções de formação, com especial destaque no Fórum Jovem organizado pela Juventude Dehoniana.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A caminhada Torres Novas - Fatima

Caminhar? Peregrinar? Data de Baptismo? Mas que coisa tão esquisita para o fim-de-semana 7 e 8 de Novembro de 2009! Mais uma vez lá fui até terras de Torres Novas para mais uma caminhada… Seguir um trilho num mundo de tantos trilhos… Torres Novas,( a casa labirinto xD ,) o almoço de convívio. Com as forças prontas para caminhar saímos tendo como meta o Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Porque peregrinar é a representação da caminhada da vida, o caminho que percorremos é bem identificativo, curvas e descidas depois curvas e subidas e por fim rectas… onde estamos nós? Nas descidas embaladas onde pouco nos apercebemos do que é o mundo que nos rodeia? Ou nas curvas violentas onde mudamos constantemente de opinião e de rumo? Bem que prefiro dizer que devesse-mos estar todos nas rectas onde continuamos a caminhar, apreciamos o que nos rodeia, e aguentamos a dor que temos e chegamos a uma meta… Nesta caminhada todos passamos por todas as fazes, e se bem me recordo apesar da dor a alegria de chegar ao Santuário foi magnifica, assim se mantivermos a nossa caminhada e se aceitarmos que a nossa meta é Cristo… estaremos numa longa recta onde temos Cristo à nossa espera. Mas todo o caminho tem um principio e um fim… e onde foi o meu principio? Já sei! Foi a 2 de Dezembro de 1990. Ena à tanto tempo!!! Mas eu nem falava? Como posso ter iniciado uma caminhada sem dizer « sim » ? Pois é verdade os meus pais pediram ajuda a uma senhora e um senhor para dizerem os 4 que « Sim » por mim. Foi preciso 4 pessoas para dizerem « Sim » por mim, mas não chegou para vigorar… foi preciso dizer eu próprio que « Sim » no dia 09 de Dezembro de 2007. Mas será que andei 17 anos sem caminhar? Claro que não, a partir do dia 02 de Dezembro de 1990 iniciei a caminhada e fui aceite na comunidade cristã de Avelãs de Caminho ( certo que se o senhor padre Manuel Armando soubesse o que vinha dai a uns anos não teria aceite xD ).
Sei que já muitas vezes tive de falar no baptismo e tive de explicar o que era e o que significava, ofício de catequista, mas nunca pensei na perspectiva a que fui convidado a perspectivar neste fim-de-semana. Pensar no que é o baptismo, no que é a caminhada da vida cristã e tudo o que se pensa nesta temática. Reflectir é sempre bom… se bem que os momentos de grupo foram reduzidos… o grupo soube o que era a alegria de uma caminhada… e é assim que devemos ver a caminhada da vida… uma caminhada alegre onde estamos dispostos a dizer « Sim » e onde nunca esquecemos de afirmar que « a nossa meta é Cristo! »

Micael Renato Vidal Silva
09 de Novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

A História

Hoje ouvi uma "histórinha" que quero partilhar:
Eram duas moscas que cairam num copo de leite. Uma começou a bater as asas,mas morreu afogada. A outra bateu as patitas com tanta força que formou uma nata e conseguiu voar. Num outro dia a mesma mosca torna a cair num copo. Pensando-se experiente, começou a bater as patitas como da outra vez. Uma mosca que ia a passar em cima diz-lhe: "Há uma palha na borda, tenta chegar até lá". A mosca não deu ouvidos! Morreu afogada...afogada num copo de água. (autor desconhecido)

Esta história pode ter muitas leituras.
Para mim, acho que ela nos leva a perceber que nunca somos suficientemente bons em nada, ou seja, não nos podemos abstrair dos concelhos dos outros.
A única fonte de água... Água viva é Deus em Jesus Cristo, pelo que não podemos deixar-nos morrer à sede, se Nele encontamos a forma de nos saciarmos.
Que a força de vontade não se deixe levar por um egoísmo e desrespeito.

beijinhos
Sara Catarina

Mudai os vossos corações

"A oração torna o coração puro. É este o começo da santidade. A santidade não é um luxo reservado a alguns: é o dom simples oferecido a vós e a mim. Onde começa a santidade? Nos nossos corações. É por isso que temos necessidade da oração contínua para manter o coração puro e assim ele tornar-se-á sacrário do Deus vivo. O conhecimento de Deus produz o amor e o conhecimento de si próprio faz-se na humildade. A humildade é apenas a verdade."
(Terese de Calcutá)


Deixo-vos estas palavras para refletirmos acerca deste chamamento comum: à santidade.

beijinhos
Sara Catarina

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


De bem pouco servem, efectivamente, proclamações solenes de convicções abstractas, se estas não souberem penetrar numa vivência humaníssima que dê testemunho da esperança na vida mais forte que a morte. Não se esqueça que a fé cristã nasceu e se desenvolveu através do testemunho de simples homens e mulheres, que tomaram sobre si o jugo leve de uma vida conforme à revelada por Jesus como a vida humana de acordo com o desígnio de Deus, uma vida rica de sentido e de amor, uma vida habitada pela solicitude para com o outro, uma vida autenticamente humanizante. (...)
(...) Numa palavra, de ser testemunha daquele Jesus de Nazaré que «narrou Deus» aos homens, tornando visível o invisível. Porque, hoje como sempre, os cristãos e todos os que para eles olham com simpatia ou com respeito não têm necessidade de depoimentos, mais de testemunhas.

Enzo Bianchi
In Para uma ética partilhada, ed. Pedra Angular
Convido-vos a ler todo o texto, disponivel em pdf.
Li e gostei muito... fez muito sentido, nao para permanecer em palavras... nao ha necessidade de depoimentos, nao é verdade?!
Força para esta luta de chegar ao cimo da montanha, custe o que custar... nao é por nós nem uns pelos outros... é por aquele que lutou muito mais para conseguir a nossa propria salvação!
Testemunhando... conseguiremos! Pois o Reino de Deus está próximo...!
Beijinho
Filipa

domingo, 1 de novembro de 2009


Não tenhas medo de rezar! O teu coração reza mesmo que não queiras ou tenhas vergonha. Rezar é o coração dizer o que tem lá no fundo. Rezar é escutar a verdade para além dos interesses e das conveniências. Rezar é aceitar que não sou Deus... e que só um Deus de amor pode dar-me aquilo que tanto desejo e para que fui criado.


Vasco P. Magalhães, sj