terça-feira, 12 de janeiro de 2010


FINALMENTE COM FOTOS!!! =)

O NOSSO GRANDE FIM DE SEMANA...


Anadia, 4 de Janeiro de 2010


Na segunda-feira, dia 28 de Dezembro, participei pela primeira vez numa reunião do Grupo Missionário Cluny pois sou novata nestas aventuras. Gostei muito dos companheiros, que me acolheram calorosamente!
Integrada no grupo e pronta para começar a trabalhar, recebi um convite para o fim-de-semana de 2 e 3 de Janeiro: ir às Galveias (Alentejo) cantar as janeiras ao povo e partilhar com eles a alegria do novo ano com Jesus Menino no coração!
No dia 2 de Janeiro encontrámo-nos no Colégio Nossa Senhora da Assunção - Anadia pelas 8H30 onde cantamos as janeiras às Irmãs da Comunidade. Com as vozes a ficar afinadinhas, uma carrinha preenchida com 8 pessoas, lá nos fizemos à estrada - rumo às Galveias!!
Galveias à vista!!!! Eram perto de 12h quando começamos a ver os rostos dos idosos nos vidros do Lar, felizes por terem gente nova na sua “casa”. Como não seria de admirar, fomos muito bem recebidos por todos, com alegria e simplicidade.




Apresentaram-nos aos idosos do lar, cantámos as janeiras para eles, oferecemos uma velinha de lembrança com votos de feliz ano e saímos para as ruas das Galveias, acompanhados pelo Sr. António, um senhor simpático, utente do lar, que cantou connosco rua acima, rua abaixo, sem nunca desanimar com o cansaço.
Confesso que eu estava entusiasmada antes de chegar mas, depois de começarmos a conviver e a maravilhar-me com a alegria da população senti-me muito mais feliz e muito grata pois, percebi que é dando que se recebe e recebemos sempre muito mais do que o pouco que conseguimos dar.
Foi um espanto para todos, até para o grupo… Começamos a cantar pelas ruas e as pessoas saíam de casa e aproximavam-se para nos ver e ouvir; as crianças iam à janela; as mães abriam a porta; os cafés acolhiam-nos... Segundo parece, e percebi isso também pela reacção de algumas pessoas, não é habitual haver “agitação” por aquelas bandas! Estavam todos muito contentes com a nossa presença, o que é gratificante para nós.
Quando regressámos ao lar, a cantar e a dançar, uma grande parte dos idosos levantou-se do seu lugar de repouso e dançou connosco com uma alegria tão simples e genuína que dá gosto apreciar. Senti-me triste por reparar que um número significativo de idosos permaneceu, ainda, apático, sentado, sem falar, nem sorrir, nem participar… mas, longas historias de vida tem cada pessoa e a nossa missão é respeita-las e ajudar a que uma nova luz seja encontrada para (re)avivar a chama da esperança. Foi nesse momento que me apercebi que aqueles dois dias nas Galveias não eram suficientes para cumprir a nossa missão pois os laços entre nós e o povo ainda não eram suficientemente fortes.




Solidão! É esse o maior problema daquele povo, abalando-o de uma forma muito significativa. Seria importante e urgente a implementação de actividades diferentes, programadas e dinamizadas de forma a demonstrar àquela gente que a sua vida ainda não terminou e que Deus continua a pedir-lhes que coloquem os seus talentos a render. Seremos nós a iniciar esse grande trabalho de (inter)ajuda? Seremos capazes de mostrar àqueles idosos que há algo mais para além da janela que contemplam horas sem fim durante o dia? Seremos capazes de mostrar aos idosos que habitam em suas casas que a vida é preenchida com uma grande alegria e esperança, onde a fé assume um lugar de destaque? Este parece-me que já foi o primeiro passo… logo outros lhe seguirão!

Quando fui ao posto de saúde, local onde habitam os “grandes dependentes”, um elemento do grupo informou-me que iríamos visitar os idosos acamados. Achei que me iria impressionar, que não iria conseguir falar ou tocar-lhes por não estar habituada a lidar com pessoas nestas condições de saúde. Creio que nesse aspecto me superei, senti-me muito feliz por lá estar, por os ver, por falar, por lhes tocar e mais feliz me senti por me ter apercebido que eles estavam encantados com a nossa presença. Cantamos as janeiras, conversámos com aqueles que ainda o conseguem fazer e despedimo-nos, na esperança de um dia voltar!! Realmente, o facto do ser humano não conseguir falar ou mexer-se não significa que não consiga interagir e que não esteja tão presente e tão radiante como aquele que se manifesta exteriormente.



Guardo, de forma especial, no coração uma doce lembrança do brilho no olhar de uma senhora que apenas reclamou um pouco de atenção para que isso a fizesse sorrir e sentir-se importante e viva!
Voltei com o desejo enorme de voltar às Galveias, não apenas por um fim-de-semana!
Arregaço as mangas, peço a Deus a força de que precisamos, e o trabalho continua… uma missão há para realizar… um Deus há para servir através dos irmãos que Ele nos deu!



P’lo Grupo Missionário Cluny
Gabriela Ribeiro Leitão


4 comentários:

Ritinha disse...

Que espetaculo!!:D
Retratas muito bem o nosso fim de semana, e adorei ver as fotos!:D

Beijinhos*

Gaby disse...

(como diz a Filipa) QUE LINDINHOS!!!

Sarocas* disse...

...inesquecíveL *

Micael R. Vidal Silva disse...

Foi um fim de semana especial... voltemos a fazer de todos os nossos encontros, encontros especiais...
Beijo
Micael Vidal