FINALMENTE COM FOTOS!!! =)
O NOSSO GRANDE FIM DE SEMANA...
Na segunda-feira, dia 28 de Dezembro, participei pela primeira vez numa reunião do Grupo Missionário Cluny pois sou novata nestas aventuras. Gostei muito dos companheiros, que me acolheram calorosamente!
Integrada no grupo e pronta para começar a trabalhar, recebi um convite para o fim-de-semana de 2 e 3 de Janeiro: ir às Galveias (Alentejo) cantar as janeiras ao povo e partilhar com eles a alegria do novo ano com Jesus Menino no coração!
No dia 2 de Janeiro encontrámo-nos no Colégio Nossa Senhora da Assunção - Anadia pelas 8H30 onde cantamos as janeiras às Irmãs da Comunidade. Com as vozes a ficar afinadinhas, uma carrinha preenchida com 8 pessoas, lá nos fizemos à estrada - rumo às Galveias!!
Galveias à vista!!!! Eram perto de 12h quando começamos a ver os rostos dos idosos nos vidros do Lar, felizes por terem gente nova na sua “casa”. Como não seria de admirar, fomos muito bem recebidos por todos, com alegria e simplicidade.
Apresentaram-nos aos idosos do lar, cantámos as janeiras para eles, oferecemos uma velinha de lembrança com votos de feliz ano e saímos para as ruas das Galveias, acompanhados pelo Sr. António, um senhor simpático, utente do lar, que cantou connosco rua acima, rua abaixo, sem nunca desanimar com o cansaço.
Confesso que eu estava entusiasmada antes de chegar mas, depois de começarmos a conviver e a maravilhar-me com a alegria da população senti-me muito mais feliz e muito grata pois, percebi que é dando que se recebe e recebemos sempre muito mais do que o pouco que conseguimos dar.
Foi um espanto para todos, até para o grupo… Começamos a cantar pelas ruas e as pessoas saíam de casa e aproximavam-se para nos ver e ouvir; as crianças iam à janela; as mães abriam a porta; os cafés acolhiam-nos... Segundo parece, e percebi isso também pela reacção de algumas pessoas, não é habitual haver “agitação” por aquelas bandas! Estavam todos muito contentes com a nossa presença, o que é gratificante para nós.
Quando regressámos ao lar, a cantar e a dançar, uma grande parte dos idosos levantou-se do seu lugar de repouso e dançou connosco com uma alegria tão simples e genuína que dá gosto apreciar. Senti-me triste por reparar que um número significativo de idosos permaneceu, ainda, apático, sentado, sem falar, nem sorrir, nem participar… mas, longas historias de vida tem cada pessoa e a nossa missão é respeita-las e ajudar a que uma nova luz seja encontrada para (re)avivar a chama da esperança. Foi nesse momento que me apercebi que aqueles dois dias nas Galveias não eram suficientes para cumprir a nossa missão pois os laços entre nós e o povo ainda não eram suficientemente fortes.
Solidão! É esse o maior problema daquele povo, abalando-o de uma forma muito significativa. Seria importante e urgente a implementação de actividades diferentes, programadas e dinamizadas de forma a demonstrar àquela gente que a sua vida ainda não terminou e que Deus continua a pedir-lhes que coloquem os seus talentos a render. Seremos nós a iniciar esse grande trabalho de (inter)ajuda? Seremos capazes de mostrar àqueles idosos que há algo mais para além da janela que contemplam horas sem fim durante o dia? Seremos capazes de mostrar aos idosos que habitam em suas casas que a vida é preenchida com uma grande alegria e esperança, onde a fé assume um lugar de destaque? Este parece-me que já foi o primeiro passo… logo outros lhe seguirão!
Quando fui ao posto de saúde, local onde habitam os “grandes dependentes”, um elemento do grupo informou-me que iríamos visitar os idosos acamados. Achei que me iria impressionar, que não iria conseguir falar ou tocar-lhes por não estar habituada a lidar com pessoas nestas condições de saúde. Creio que nesse aspecto me superei, senti-me muito feliz por lá estar, por os ver, por falar, por lhes tocar e mais feliz me senti por me ter apercebido que eles estavam encantados com a nossa presença. Cantamos as janeiras, conversámos com aqueles que ainda o conseguem fazer e despedimo-nos, na esperança de um dia voltar!! Realmente, o facto do ser humano não conseguir falar ou mexer-se não significa que não consiga interagir e que não esteja tão presente e tão radiante como aquele que se manifesta exteriormente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrxgt0Epz4IS0iICbVMALRVnJ2Su0d34JJ5TJFUt0dLdWsxfV14wj2tByprZlVp3LdrzVk2mYwtVoCEVsHOZwSGZuSrw_CkCe6NqAyGe_lYIv9ts1F_7nf6Rh_iFxQfQsET1zjKBveHyo/s320/Image.jpg)
Guardo, de forma especial, no coração uma doce lembrança do brilho no olhar de uma senhora que apenas reclamou um pouco de atenção para que isso a fizesse sorrir e sentir-se importante e viva!
Voltei com o desejo enorme de voltar às Galveias, não apenas por um fim-de-semana!
Arregaço as mangas, peço a Deus a força de que precisamos, e o trabalho continua… uma missão há para realizar… um Deus há para servir através dos irmãos que Ele nos deu!
P’lo Grupo Missionário Cluny
Gabriela Ribeiro Leitão
4 comentários:
Que espetaculo!!:D
Retratas muito bem o nosso fim de semana, e adorei ver as fotos!:D
Beijinhos*
(como diz a Filipa) QUE LINDINHOS!!!
...inesquecíveL *
Foi um fim de semana especial... voltemos a fazer de todos os nossos encontros, encontros especiais...
Beijo
Micael Vidal
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